Metástases peritoneais
A via de disseminação do câncer pelo peritônio ocorre quando o tumor já invade toda a parede do órgão causando a disseminação de células do câncer na cavidade peritonial, esse mecanismo é chamado em inglês de peritonial seeding.1 O acometimento peritonial pode também ser causado após a intervenção cirúrgica pela disseminação de células neoplásicas por canais linfáticos seccionados, coágulos com células neoplásicas viáveis, êmbulos tumorais aderidos com fibrina a áreas traumatizadas do peritônio ou por tumores perfurados.1 O processo inflamatório cicatricial pode estimular a proliferação desses nichos de células tumorais causando nódulos neoplásicos peritoniais.1
As metástases peritoniais são identificadas pela presença de diversos nódulos neoplásicos disseminados pelo peritônio parietal e visceral. É chamada de carcinomatose nos tumores de origem epitelial endodérmico e sarcomatose nos tumores de origem mesenquimal.
Metástase em peritônio do mesenté.rio (local onde passam veias e artérias) do intestino delgado.

Foto: cirurgia realizada pelo Dr. Claudio Quadros.
A presença de metástase peritoneal caracteriza fase avançada da doença oncológica em que a quimioterapia venosa muitas vezes não é efetiva. A ineficácia da quimioterapia venosa no tratamento das metástase peritoneais é devido ao conceito da barreira peritônioplasmática que impede a penetração da concentração plasmática do quimioterápico até a superfície peritoneal, local onde estão as metástases peritoneais.1,2 A quimioterapia que é feita pela via venosa, chega aos diversos órgãos do corpo através do plasma que é o componente líquido do sangue.
A concentração da quimioterapia no plasma chega bem mais diluído nas áreas de metástases peritoneais por conta da distância que precisa percorrer por estruturas que dificultam a sua passagem. O conjunto dessa distância que a quimioterapia precisa percorrer e as estruturas que dificultam a sus passagem é chamado de barreira peritonioplasmática. A quimioterapia administrada no sangue alcança os tecidos pelos capilares (finos vasos no final das artérias), mas ao passar pela matriz de colágeno, interstício e mesotélio, chega muito mais diluída à superfície peritoneal, local em que estão os implantes peritoneais do câncer. A barreira peritonioplasmática é uma das principais razões da ineficácia do combate às metástases peritoneais pela quimioterapia que se faz na veia ou que se toma por comprimidos por via oral.
Dr. Claudio Quadros é membro do Comitê Executivo da PSOGI
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Tratamento com intenção curativa para metástases peritoneais
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